domingo, 27 de setembro de 2009

Dietas

L.F. Veríssimo (ZH - 27/09/09)

As dietas para emagrecer ocupam uma zona crepuscular entre a medicina e a charlatanice tolerada, e nenhuma das duas dá resultado. As dietas entram e saem de moda como os vestidos e as filosofias. Só existe um meio infalível de emagrecer, comer menos. Mas quem sugere isto ouve logo a resposta:– Também não vamos radicalizar.

Volta e meia aparece um novo livro com um novo método para emagrecer.– Estou fazendo dieta pelo método lunar. Você só come quando a Lua estiver no quarto crescente.– Eu nunca sei qual é o quarto crescente e qual é o quarto minguante.– Eu também não. Por via das dúvidas, como nos dois quartos e na Lua cheia.– E já deu resultado?– Ainda não.

– A minha dieta é de líquidos. Durante um mês, só se ingere líquidos. Qualquer líquido. Eu escolhi o chope. Só estou tomando chope.– E linguicinha, esses pasteizinhos, esse amendoim?– É pra dar sede.

sábado, 26 de setembro de 2009

Solidão

L.F. Veríssimo.

Finalmente liberadas as gravações que a NASA fez das experiências realizadas com o tenente da Marinha John Smith para testar o comportamento humano em condições de completo isolamento durante longos períodos de tempo, iguais ao que o homem terá que enfrentar na exploração do espaço. O tenente Smith foi escolhido pelas suas perfeitas condições físicas e mentais. Foi colocado dentro de um simulador de vôo com comida bastante para dois anos e os instrumentos que normalmente levaria numa missão, inclusive um computador. Todos os dias Smith teria que fazer um relatório verbal para que seu estado fosse avaliado. O que segue são trechos das gravações feitas dos seus relatórios.
Primeiro dia. “Meu nome é John Smith. Estou ótimo. Passei todo o dia me familiarizando com este meu pequeno lar. Já desafiei o computador para uma partida de xadrez. Acho que nos daremos muito bem. (Risadas.) Só tenho uma queixa: esta comida em bisnagas não se parece nada com a comida de mamãe... (Risadas.) Dois mais dois são quatro. Encerro”.
Uma semana depois. “John Smith aqui. Continuo muito bem. Ainda não consegui vencer nenhuma partida de xadrez deste computador. Acho que ele está trapaceando. (Risadas.) Três vezes três é nove. Encerro”.
Um mês depois. “(Risadas.) Meu nome é John maldito Smith. Tudo bem. Um pouco entediado, mas tudo bem. Consegui finalmente ganhar uma do computador, embora ele negue. Vou ter que derrotá-lo de novo para convencer este cretino. Calculei mal e já comi todas as bisnagas de torta de maçã. Agora só tem maldito limão. Dois vezes três são, deixa ver. Seis. Quer dizer... Não. Está certo. Seis. Encerro”.
Dois meses depois. “Vocês sabem quem eu sou. John qualquer coisa. Não agüento mais a arrogância deste computador. Ele não é humano! Insiste que me deu xeque-mates inexistentes e se recusa a admitir que está errado. Tivemos uma briga feia hoje. Dois mais dois são... sei lá. Encerro”.
Quatro meses. “Alô. Tenho provas irrefutáveis de que o computador está tentando boicotar esta missão! Ouvi claramente ele dizer alguma coisa desagradável sobre mamãe. Canta Strangers in the Night em falsete e não me deixa dormir. Não me responsabilizo pelo que possa acontecer. Estou muito bem, lúcido e bem disposto. Com licença que estão batendo na porta”.
Sexto mês. “Meu nome é Smith. Maggie Smith. Por hoje é só”.
Oitavo mês. “(Risadas)”
Nono mês. “Smith aqui. Aconteceu o inevitável. Matei o computador. Estávamos com um problema, onde colocar as bisnagas vazias, e ele fez uma sugestão deselegante. Agora está morto. Não tenho remorsos. Ontem recebi a visita de um vendedor de enciclopédias. Não sei como ele conseguiu entrar aqui. Dois mais dois geralmente é nove. Encerro”.
Décimo mês. “Meu nome é Brown ou Taylor. Um mais um é umum. Dois mais dois, não. Iniciei um projeto importantíssimo. Com as bisnagas vazias e partes do computador, estou construindo uma mulher”.
Um ano. “Redford aqui. Sinto falta de um espelho para poder ver a minha barba, que está bem comprida. A mulher que fiz de bisnagas vazias e partes do falecido computador ficou ótima mas, infelizmente, nossos gênios não combinavam. Ela foi para casa de seus pais. Dois mais dois...”
Décimo-quarto mês. “Minha barba está tentando boicotar a missão! Faz um estranho barulho eletrônico e várias vezes já tentou me estrangular. Deve ser comunista. Começaram a chegar as enciclopédias que comprei. Tenho jogado xadrez comigo mesmo e ganho sempre”.
Décimo-quinto mês. “Aqui fala Zaratustra. Atenção. Encontrei pegadas humanas dentro da cabine. Estou investigando. Mandarei um relatório depois. Duas vezes três é demais. Encerro”.
No dia seguinte. “Grande notícia. Há outro ser humano dentro da cabine! Seu nome é Smith, John Smith, mas como o encontrei numa terça-feira o chamarei de “Quinta”. Ele não fala, mas joga xadrez como um mestre. (Risadas). Talvez tenha que matá-lo”.
Neste ponto, os cientistas da NASA acharam melhor abrir a cápsula. Encontraram Smith com as mãos em volta do próprio pescoço gritando: “Trapaceiro! Trapaceiro!”

Torneio de Tênis de Mesa


No dia 23/09/09, iniciamos o torneio de tênis de mesa no N.M Leoniza Carvalho Agostini. O torneio está sendo organizado pelos alunos do 1º ano do Ensino Médio, e faz parte da avaliação na disciplina de Educação Física.

domingo, 20 de setembro de 2009

Campeonato Catarinense de Orientação

Foi realizado neste domingo (20/09), no Parque Harry World em Curitibanos a 4ª etapa do Campeonato Catarinense de Orientação.
A etapa foi organizada pelo CTOC (Clube Tartarugas Orientadas de Curitibanos).

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Choque cultural

L. F. Veríssimo ( O mundo é uma bola, Ática: 2006)
Todos ficaram preocupados quando o Márcio e a Bete começaram a namorar porque cedo ou tarde haveria uma choque cultural. Márcio era louco por futebol, Bete só sabia que futebol se jogava com os pés, ou aquilo era basquete? Avisaram a Bete que para acompanhar o Márcio era preciso acompanhar a sua paixão e ela disse que não esquentassem, iria todos os dias com o Márcio ao Beira Mar, se ele quisesse.
- Beira Rio, Bete...
Naquele domingo mesmo, Bete estava com Márcio no Beira Rio, pronta para torcer ao seu lado, e quase provocou uma síncope em Márcio quando tirou o casaco do abrigo.
- O que é isso?!
Estava com a camisa do Grêmio, em marcante contraste com o vermelho que Márcio e todos à sua volta vestiam. Desculpou-se. Disse que pensara que pudesse escolher uma camiseta que combinasse com a roupa e ...
- Está bem, está bem - interrompeu o Márcio. - Agora veste o casaco outra vez.
- Certo - disse Bete, obedecendo. E em seguida gritou "Inter", depois virou-se para o Márcio e disse: - O nosso é o Inter, não é?
- É, é.
- Inter! Olha, eu acho que foi gol!
- O jogo ainda não começou. Os times estão entrando em campo.
Bete agarrou-se ao braço de Márcio.
- Você vai me explicar tudo, não vai? Gol de longe também vale três pontos?
- Não. Vale dois. O que que eu estou dizendo? Vale um.
Mas Bete não estava mais ouvindo. Estava acompanhando um movimento no gramado com a cara de incompreensão.
- Pensei que em futebol se levasse a bola com o pé.
- É com o pé.
- Mas aquele lá está levando embaixo do braço.
Márcio explicou que aquele era o juiz e que estava levando a bola embaixo do braço para o centro do campo, onde iniciaria o jogo. Não, os outros dois não estavam ali para evitar que tirassem a bola das mãos do juiz, como no futebol americano. Eles eram os auxiliares do juiz. O que os auxiliares faziam?
- Bom, quando um dos auxiliares levanta a bandeira, o juiz dá impedimento.
- E o que o auxiliar faz com o impedimento?
Márcio suspirou. Foi o primeiro dos 117 suspiros que daria até o namoro acabar duas semanas depois. Explicou: - Os auxiliares sinalizam para o juiz que um jogador está em impedimento, isto é, está em posição irregular, impedido de jogar, e o juiz apita.
- Meu Deus!
Márcio olhou para Bete. O que fora?
- O juiz apita?! - perguntou Bete, com os olhos arregalados.
- É. O juiz sopra um apito. Aquilo que ele tem pendurado no pescoço é um apito.
- Ah.
Bete sentiu-se aliviada. Por alguns instantes, a ideia de um homem que apitava, sabia-se lá por que mecanismo insólito, quando lhe acenavam uma bandeira, parecia sintetizar toda a estranheza daquele ambiente em que se metera, por amor. Ele não apitava. Soprava um apito. Era diferente.
Mas Bete notou, pela cara do Márcio quando ela disse "Ah", que estava tudo acabado.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Como funciona uma Corrida de Orientação

Esse esporte, que está surgindo com muita força - uma espécie de rally a pé. Consiste basicamente em um competidor, equipado apenas com uma bússola e um mapa topográfico, onde estão marcados os locais por onde ele deve passar.
Nesses lugares existem prismas, onde estão pendurados os marcadores (tipo prendedor de roupa), funcionando como cartão de controle e que deverão ser picotados pelo atleta, assinalando sua passagem. Ganha quem fizer o percurso no menor tempo.
O campeonato é dividido em modalidades por idade e sexo. Os lugares onde são realizadas estas provas são muito verdes, por isso a corrida de orientação é um esporte para aqueles que gostam de ficar junto da natureza, convivendo pacificamente com ela, tirando proveito e cuidando dela ao mesmo tempo.
Nesta prova o competidor terá uma bússola, um mapa e sua inteligência. Nada mais é preciso para que ele trace seu próprio caminho, atravessando trilhas e montanhas, e quando chegar ao fim da corrida , passando por todos os pontos de marcação, torne-se um verdadeiro vencedor.
Segundo Allison, de Catanduva(SP), um apaixonado pela Orientação, "o esporte, além de proporcionar diversão para pessoas de todas as idades, é completamente seguro. E ainda serve para mais um tempinho junto à natureza, em meio à rotina agitada das grandes cidades".
Autor: Airton Ortiz
Data: 3/4/2007